Durante muito tempo o auto-exame de mamas foi considerado o mais eficaz método para detectar o câncer de mama no estágio inicial da doença. Campanhas maciças ajudaram a divulgar o auto-exame, o problema é que este só diagnostica a doença em estado já muito avançado. Na verdade, o caminho mais seguro para detectar lesões precocemente é a mamografia, uma radiografia capaz de encontrar tumores com poucos milímetros. Atualmente a mamografia é a maior aliada na detecção precoce do câncer de mama. Seu custo ainda é elevado e não chega à boa parte da população de baixa renda.
Nos próximos meses entrará em vigor a lei que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a oferecer mamografia anual gratuitamente a partir dos 40 anos (hoje, o exame é oferecido apenas a partir dos 50 anos e somente a cada 2 anos), porém nos sabemos da dificuldade de conseguir estes exames gratuitamente, pois o numero oferecido está muito aquém da necessidade.
No Brasil, o câncer é a segunda causa de morte entre as mulheres, sendo o de mama o mais letal, com 10 mil mortes por ano. Em 2008, cerca de 50 mil novos casos foram diagnosticados, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
A mamografia anual é fundamental dos 40 em diante, a não ser que haja fatores de risco genético, responsáveis por 10% dos casos. Numa família em que a mãe teve câncer de mama antes da menopausa, a filha deve intensificar a avaliação preventiva dez anos antes da idade em que a doença foi descoberta na mãe.
Na impossibilidade de barrar o surgimento de um câncer, o jeito é insistir nos cuidados com a saúde. Entre os fatores de risco estão histórico familiar, obesidade, primeira menstruação antes dos 12 anos e menopausa após os 55 anos, sedentarismo, fumo, primeira gravidez tardia ou ausência de filhos. As probabilidades também aumentam com idade. Estudo com usuárias da rede pública diagnosticadas com câncer mostrou que 60% estão acima do peso, 34% fumam e 90% são sedentárias.
O auto-exame é importante para que a mulher aprenda a se conhecer e tome consciência de que o problema é real e precisa ser combatido, portanto não podemos desestimulá-lo. Alem do mais, não é possível ignorar os casos de pessoas que conseguiram detectar um nódulo maligno por conta própria a tempo de tratá-lo.
A mamografia nos dá um diagnóstico de uma lesão em fase inicial, ou seja, ainda imperceptível ao toque, sendo o tratamento menos traumático.
Fonte: Adaptado da Revista Cláudia N° 1, Ano 48 (Janeiro/2009)